Por Douglas Paulino
Secretaria Regional LGBTT Guarulhos
O
Brasil é o líder mundial no ranking de assassinato de LGBTs
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).
De acordo com o GGB (Grupo
Gay da Bahia), a cada dois dias um homossexual é brutalmente
assassinado em decorrência de sua orientação sexual e ou
identidade de gênero, totalizando 226 casos só em 2011. Tais
estatísticas representam a ampliação de 118% com relação aos
últimos anos. Quando se trata da classe trabalhadora LGBT,
os dados se tornam ainda mais alarmantes, pois, geralmente, a
população LGBT que
sofre agressão tem em comum o fato de serem negros/as, entre 15 e 29
anos, agredidos em casa por familiares e/ou vizinhos. Guarulhos não
se diferencia desta realidade em que a violência e a ausência de
direitos são marcas registradas. As dificuldades começam na
ausência de leis municipais que criminalizem a homofobia e de meios
para o registro de agressões por aqueles que sofrem. A inexistência
de registro específico nas delegacias, para demarcar as denúncias,
dificulta o levantamento de estatísticas e a elaboração de
políticas públicas na cidade. Nesta situação em que os crimes
contra LGBTs
são realidade em todo o país, e também em Guarulhos, observamos
que as políticas em prol desta população, para coibir ou apurar a
criminalidade, ainda são mínimas.
O
governo de Frente Popular (PT) no município propagandeia a
existência de legislação específica. Tratam-se das Leis
Municipais 6.716/2010
e da 5.860/02, regulamentada
em 2010 através do Decreto 27.327. A
primeira institui o dia 17 de maio como “Dia
Municipal de Combate à Homofobia”. Nesta
data acontecem atividades organizadas por lideranças do movimento
que se encontram cooptadas pela administração municipal, que faz
uso da data para promover eventos que servem única e exclusivamente
para autopromoção da própria administração e de suas lideranças
ligadas ao governo municipal. Já o decreto prevê a punição de
funcionário público municipal que no exercício de suas funções
direta ou indiretamente praticar atos de discriminação. A punição
para quem infringir a lei refere-se a processos e penalizações de
cunho administrativo, ou seja, servem apenas para funcionários
públicos municipais. No entanto, a população LGBT
desconhece tal legislação, bem como os próprios funcionários, o
que resulta na total ausência de dados acerca da efetiva aplicação
desta lei tão restrita.
Os
candidatos dos ricos nestas eleições municipais, quando muito,
apresentam propostas vazias, que não se transformam em mudanças na
realidade cotidiana de LGBTs,
ainda mais quando estas pessoas são trabalhadores e trabalhadoras,
pobres, negros e mulheres, que continuam vivendo uma situação
marcada pela violência e pelo descaso. As gestões do (PT) à frente
da prefeitura reeditou, em âmbito municipal, a mesma política dos
Governos Federais de Lula e Dilma, realizando “Seminários
de Políticas Públicas LGBTs” e
aprovando leis que, como dito anteriormente, nunca saíram do papel,
tornando-se “letras mortas” – não se materializando para “além
da intenção”, como foi o caso do projeto “Brasil
sem homofobia” do Governo Lula em
âmbito nacional.
São
necessárias ações enérgicas para mudar o quadro atual tais como:
a implantação de ações educativas junto à população; que
exista uma eficaz repressão de ataques e agressões, com a aprovação
de leis municipais que efetivamente criminalizem as agressões
homofóbicas; que se garanta também a destinação de cotas de
orçamento público para o cumprimento das leis já aprovadas no
município. Porém, um programa radical para o combate a violência
contra LGBTs não
se resolve com aumento da repressão policial, mas com o combate
radical contra as causas da violência.
É
preciso um programa que se inicie com outra política econômica que
atenda aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e
contribua no combate à homofobia e não uma política econômica
municipal que esteja afinada com os interesses dos ricos de Guarulhos
e aos seus negócios, sintetizados em “Paradas
da Diversidade” que se tornaram
carnavais fora de época nos quais impera o monopólio dos carros de
som por parte dos organizadores do evento, financiados pela
prefeitura, impedindo qualquer tipo de denúncia e exigência de
políticas públicas de combate à homofobia. É necessário um
programa que garanta trabalho, salário digno, moradia decente e
acesso à saúde e educação públicas e de qualidade para a
população LGBT
trabalhadora.
O
combate contra todas as formas de opressão, como o machismo, o
racismo e a homofobia, é parte integrante do programa do PSTU.
Para nós, a luta contra as opressões é parte da luta de classe,
pois entendemos que as opressões servem exclusivamente para dividir
os trabalhadores e nos enfraquecer de conjunto na luta por nossa
emancipação.
Sabemos
que não foi o capitalismo quem criou as opressões, mas é este
sistema que mais se beneficia com elas. Portanto, o fim do machismo,
do racismo e da homofobia, só será possível a partir de outro
modelo de organização social, uma sociedade não baseada na
exploração do homem pelo homem, mas justa e igualitária, possível
apenas no socialismo.
É
com muito orgulho que o PSTU
atua ativamente, desde sua fundação, no combate às opressões,
tendo portanto, um grande acúmulo neste debate. Em Guarulhos, por
exemplo, a regional conta com uma “Secretaria
Contra Opressões”. Este coletivo
se reúne periodicamente para debater o tema das opressões, sob a
perspectiva classista, combativa e socialista, para a partir dos
debates elaborar políticas, bem como diversas atividades envolvendo
esta temática, como por exemplo, seminários, palestras, cine
debates, encontros etc.
Você
está convidado/a a conhecer nosso partido e construí-lo conosco.
Somos um partido diferente, pois é formado por trabalhadores e
trabalhadoras que compartilham o mesmo desejo, que é o de construir
uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária. Venha para o PSTU
e nestas eleições vote em nossas candidaturas, pois o que está
posto para o conjunto da classe trabalhadora são sete candidaturas e
apenas dois programas. Um programa burguês, ou seja, ligado aos
interesses dos ricos e as candidaturas do PSTU, quer dizer, um
programa classista, combativo e socialista. Para prefeito Jel
Paradella 16 e para vereadora
Eliana Nunes 16160.
Secretaria Regional LGBTT Guarulhos
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